
Os OKRs (Objectives and Key Results) transformaram a maneira como empresas ao redor do mundo definem metas e direcionam seus esforços. Assim, popularizados por gigantes como Google e Intel, esse método combina simplicidade e eficiência para ajudar equipes a focar no que realmente importa, promovendo alinhamento, transparência e resultados tangíveis. Então, no mundo dinâmico dos negócios, onde a agilidade é indispensável, as OKRs se destacam como uma ferramenta estratégica indispensável. No artigo OKR na prática, exploraremos como aplicar essa metodologia, seus fundamentos e o impacto que pode gerar na sua organização.
Bom, além desse artigo, aqui no blog também temos diversos outros artigos sobre kubernetes, desenvolvimento, gestão, devops, etc. Veja alguns exemplos: Diferenças entre Paradigmas, Axiomas e Hipóteses, Desenvolver na empresa ou comprar pronto, Fuja da otimização prematura, entre outros.
Sumário
- Contexto histórico da OKR na prática
- Principais conceitos
- Criando OKR na prática
- Outras visões sobre OKR na prática
- Leituras de Referência
- Conclusão de OKR na prática
- Sociedade 2.0
- Total Cost of Ownership (TCO)
- Fuja da otimização prematura
- A essência da Orientação a Objetos
- Como exibir uma lista de um site SharePoint em outro site SharePoint?
- Arquitetura Lambda e Arquitetura Kappa
- Operações isentas de efeitos colaterais
- Estrutura em Larga Escala com DDD
Contexto histórico da OKR na prática
Primeiramente, o lendário Peter Drucker criou um conceito em 1950 que inspirou a forma em que muitas empresas empregam a estratégia de alto nível das organizações. Então o MBO (Management by objective) que se opunha ao conceito de RBM (Results base-management) trouxe uma nova forma garantir para os funcionários perspectivas de longo prazo para a empresa. Assim, ao definir objetivos claros para todos, os funcionários tendem a se sentir pertencentes gerando maior engajamento. Entretanto o método exige certo rigor com metas anuais e se nem todos entendessem o método o sucesso era mais improvável.
Já Andy Grove, cofundador da Intel, batizando de iMBO (Intel Management by objective) que posteriormente se chamou OKR. Nesse método temos uma separação do que é qualitativo do quantitativo. Objetivos são abstratos, inspiradores e pouco práticos, mas justificados pelos resultados chave que são precisos, claros e focados em resultados. Esse método tornou a Intel lider em tecnologia em 1970.
John Doerr, ex-executivo da Intel, trouxe o mesmo método para a, então pequena, Google. Com o uso dela a empresa cresceu significativamente. Desde então muitas empresas como Linkedin, Spotify e Netflix também utilizam continuamente. Hoje é o método mais alinhado com o pensamento ágil e muito consolidado nas empresas modernas.
Principais conceitos
Para começar, note que há duas estruturas complementares: Objetivos e Resultados. Vamos entender o que são.
Os Objetivos são uma declaração de intenção, abstrata, mas que demonstra aspirações. Assim, um objetivo não tem que ser preciso e, com isso, pode ser construído sem perder muito tempo dos envolvidos. Em algumas organizações apenas escalões mais altos definem objetivos. Um objetivo poderia ser: “Aumentar a presença digital da empresa”. Ele deve ser motivador e desafiador, funcionando como uma bússola para orientar os esforços da equipe.

Por outro lado temos os Resultados que complementam o objetivo, dando explicações do como alcançar o objetivo. Claro que é possível encontrar inúmeros tipos diferentes de resultados para um objetivo, quase que definindo-o como se define o escopo de um projeto. Mas isso é errado! Por isso alguns poucos resultados devem ser considerados como aqueles que causam impacto real na entrega do objetivo, por isso chamamos de Resultados-Chave. Esses são claros, objetivos e factíveis. Alguns exemplos poderiam ser: “Aumentar o tráfego do site em 50%”, “Alcançar 10.000 seguidores nas redes sociais” e “Gerar 500 leads qualificados por mês”.
Criando OKR na prática
Objectives
Um Objetivo é uma declaração qualitativa que descreve o que uma equipe ou organização deseja alcançar. Ele deve ser claro, inspirador e desafiador, funcionando como um direcionador para alinhar esforços e motivar a equipe. Note que o objetivo não é mensurável em si, mas orienta os esforços que serão medidos pelos Key-Results.
Então vamos, para fins de exemplo, considerar um banco digital focado em criptoativos, como base para construirmos alguns objetivos. Desse modo, esses objetivos guiam a equipe de desenvolvimento para trabalhar em aspectos fundamentais do produto, como usabilidade, confiabilidade, inovação e conformidade regulatória. Eles ajudam a criar foco e propósito, permitindo que a equipe se alinhe em direção a um impacto real para os usuários e o negócio.
Exemplos de O na prática
- O1: Melhorar a experiência do usuário para atrair novos investidores
- Este objetivo pode focar na criação de interfaces intuitivas e em processos simplificados para onboarding de usuários.
- O2: Aumentar a confiabilidade da plataforma
- Aqui, o objetivo pode refletir a necessidade de garantir estabilidade e segurança em um ambiente crítico, como o mercado de criptoativos.
- O3: Expandir o portfólio de ativos disponíveis
- Um objetivo estratégico para oferecer uma gama mais ampla de criptomoedas e produtos relacionados, atendendo a diferentes perfis de investidores.
- O4: Garantir conformidade com regulamentações do mercado financeiro
- Um objetivo focado em manter o produto em conformidade com as leis locais e internacionais, evitando riscos legais e operacionais.
- O5: Lançar recursos inovadores para investidores experientes
- Esse objetivo pode envolver o desenvolvimento de ferramentas avançadas, como gráficos interativos, alertas automatizados e integrações com APIs externas.
Key Results
Os Key Results (Resultados-Chave) são métricas quantitativas que indicam se um objetivo está sendo alcançado. Assim, diferente dos objetivos, que são qualitativos e inspiradores, os resultados-chave são específicos, mensuráveis e baseados em dados. Eles respondem à pergunta: “Como saberemos que atingimos o objetivo?”
Para uma equipe hipotética de desenvolvimento de um produto digital bancário focado em criptoativos, os Key Results devem refletir o progresso em direção aos objetivos estabelecidos, com números claros que guiem as ações da equipe.
Exemplos de KR na prática
- O1: Melhorar a experiência do usuário para atrair novos investidores
- KR1: Reduzir o tempo médio de cadastro de novos usuários de 10 minutos para 5 minutos.
- KR2: Aumentar a taxa de conversão de visitantes do site em usuários registrados de 20% para 35%.
- KR3: Obter uma pontuação média de 4.5 ou superior em avaliações de usabilidade na App Store e Google Play.
- O2: Aumentar a confiabilidade da plataforma
- KR1: Diminuir a taxa de erros críticos (ex: falhas em transações) de 1% para 0.1%.
- KR2: Garantir 99.99% de uptime mensal na plataforma.
- KR3: Implementar um sistema de monitoramento que detecte 95% dos incidentes em tempo real.
- O3: Expandir o portfólio de ativos disponíveis
- KR1: Adicionar suporte para 10 novas criptomoedas até o final do trimestre.
- KR2: Aumentar o número de usuários ativos negociando novos ativos em 20%.
- KR3: Reduzir o tempo de integração de novos ativos de 4 semanas para 2 semanas.
- O4: Garantir conformidade com regulamentações do mercado financeiro
- KR1: Implementar 100% dos requisitos regulatórios definidos no último relatório de auditoria.
- KR2: Garantir que 90% dos processos de KYC (Know Your Customer) sejam automatizados.
- KR3: Realizar 2 treinamentos de conformidade para toda a equipe até o final do trimestre.
- O5: Lançar recursos inovadores para investidores experientes
- KR1: Desenvolver e lançar um painel de gráficos interativos com 5 novos indicadores avançados.
- KR2: Obter uma taxa de adoção de 50% do novo recurso entre os usuários experientes.
- KR3: Aumentar a retenção de investidores experientes de 75% para 85%.
Outras visões sobre OKR na prática
Frequência e quantidade
A definição de OKRs geralmente segue um ciclo trimestral, permitindo que as equipes ajustem suas metas de forma ágil com base no progresso e nas mudanças do ambiente de negócios. Assim, essa frequência evita que objetivos se tornem obsoletos ou desconectados da realidade, mantendo as equipes focadas em metas relevantes e alinhadas às prioridades da organização. Então, revisões trimestrais também ajudam a promover a melhoria contínua, garantindo que as lições de um ciclo sejam aplicadas nos próximos.
Então, quanto à quantidade, o ideal é que cada equipe trabalhe com 1 a 3 objetivos e que cada objetivo tenha 2 a 5 resultados-chave. Assim, esse limite evita a dispersão de esforços e garante que todos foquem no que realmente importa. Uma quantidade excessiva de OKRs pode levar à sobrecarga e comprometer a clareza e a execução. A combinação de frequência regular e quantidade limitada é a base para um sistema de OKRs eficiente e sustentável.
OKR na prática e KPIs na prática
Embora frequentemente confundidos, OKRs e KPIs possuem papéis distintos e complementares na gestão organizacional. KPIs (Key Performance Indicators) são métricas contínuas que monitoram a saúde do negócio, como a taxa de conversão ou o índice de churn. Já os OKRs são direcionados para alcançar metas específicas e de curto prazo que impulsionam mudanças estratégicas.
Em resumo, KPIs dizem “como estamos indo”, enquanto os OKRs respondem “para onde queremos ir”. Uma organização pode, por exemplo, usar KPIs para monitorar sua performance atual e definir OKRs que ajudem a melhorar métricas abaixo do esperado. Essa interação cria um ciclo de melhoria contínua, onde os OKRs ajudam a transformar as métricas de desempenho em ações estratégicas.
Métodos Tradicionais versus OKRs
Os métodos tradicionais de gestão, como o Management by Objectives (MBO), focam em metas fixas anuais, muitas vezes desconectadas da execução diária e pouco flexíveis diante de mudanças. Em contraste, os OKRs oferecem uma abordagem mais dinâmica e alinhada ao ritmo acelerado dos negócios modernos, com ciclos trimestrais e ênfase em resultados mensuráveis.
Enquanto métodos tradicionais priorizam o controle e a hierarquia, os OKR na prática promovem transparência, alinhamento e autonomia. Eles incentivam equipes a se concentrarem no que realmente importa, mesmo em contextos de incerteza, promovendo uma cultura de experimentação e aprendizado.
Leituras de Referência
O conceito de OKR se solidificou a medida que seus resultados foram aparecendo em diferentes organizações. Então, veja que estamos falando de um método que surge da academia e se prova útil na prática. Assim, algumas literaturas são alicerces para a completa compreensão dele.
The Practice of Management, Peter Drucker
Primeiramente, no clássico The Practice of Management, Peter Drucker estabelece os fundamentos da administração moderna, destacando o papel do gestor e a importância de alinhar os objetivos da empresa às metas individuais. Então, o livro é dividido em várias seções que abordam desde o propósito das empresas até as práticas essenciais de gestão e liderança. As principais ideias são: O propósito do negócio em criar e atender clientes; a gestão por objetivos; a importância das pessoas bem gerenciadas; a eficiência e inovação e; a responsabilidade social.
Comece pelo porquê, Simon Sinek
Já no livro Comece pelo Porquê, Simon Sinek apresenta um modelo para inspirar líderes e organizações a alcançarem sucesso sustentável, fundamentado na ideia de que as pessoas se conectam mais profundamente com o “porquê” de algo do que com o “como” ou o “o quê”. Essa estrutura Sinek chama de Golden Circle (Círculo Dourado)

High output management
Seguindo, em High Output Management, Andy Grove, cofundador e ex-CEO da Intel, apresenta um guia prático e direto para a gestão eficiente, enfatizando como líderes podem maximizar a produtividade de suas equipes e organizações. Assim, no livre ele demonstra como a gestão pode ser um processo replicável e fabril, ele classifica e otimiza reuniões, destaca a importância do feedback contínuo e das OKRs destaca que todos gerente deve se perguntar: “Estou focado no que terá maior impacto?”
Avalie o que importa
O livre Avalie o Que Importa, John Doerr não é uma unanimidade, mas é difícil alguém conhecer OKR e não ter se deparado com esse livro. John trabalhou na Intel e Google com o método OKR que ele explica com detalhes e exemplos da época. Ele destaca que o método traz foco e prioridade, alinhamento, transparência e adaptabilidade.

Conclusão de OKR na prática
Adotar os OKR na prática vai além de implementar uma nova metodologia de gestão; é abraçar uma mentalidade de foco, colaboração e aprendizado contínuo. Então, em um ambiente de negócios onde mudanças rápidas são a norma, os OKRs proporcionam a clareza e a flexibilidade necessárias para alinhar equipes e alcançar metas desafiadoras. Assim, seja em uma startup ou em uma empresa consolidada, o método é um caminho comprovado para conectar aspirações estratégicas com resultados concretos. Ao aplicar OKR na prática, você estará dando um passo significativo para transformar sua organização em um motor de inovação e alta performance.
Ele atua/atuou como Dev Full Stack C# .NET / Angular / Kubernetes e afins. Ele possui certificações Microsoft MCTS (6x), MCPD em Web, ITIL v3 e CKAD (Kubernetes) . Thiago é apaixonado por tecnologia, entusiasta de TI desde a infância bem como amante de aprendizado contínuo.