Líder para que?

Se o seu gestor faz tudo isso, parte dos problemas que você enfrenta pode não ser culpa sua. No entanto, independentemente da gestão que você tenha, o mais importante é sempre buscar ser melhor do que as circunstâncias impõem. Aprenda, desenvolva suas habilidades e mantenha um olhar crítico sobre seu ambiente de trabalho. A realidade é que nem todas as empresas sabem valorizar talentos, e muitas vezes a melhor saída não é insistir, mas sim buscar novos horizontes.

Vivemos um tempo onde a figura do gerente ou líder parece cada vez mais questionada. Mas será que a função de gestão é realmente essencial ou estamos apenas presos a um modelo ultrapassado de organização corporativa? Esse artigo é uma reflexão crítica sobre a necessidade (ou não) dos gerentes e sobre o papel da liderança no ambiente profissional moderno.

Então, além desse artigo, aqui no blog também temos diversos outros artigos sobre kubernetes, desenvolvimento, gestão, devops, etc. Veja alguns exemplos: Diferenças entre Paradigmas, Axiomas e HipótesesDesenvolver na empresa ou comprar prontoFuja da otimização prematura, entre outros.

1 – Liderança realmente importa?

A ideia de que precisamos de um líder para dizer o que fazer e como fazer pode soar como um conceito meio velho. Claro que novatos terão dificuldade de dar os primeiros passos, mas em pouco tempo eles precisam voar. Se um ambiente corporativo restringe tanto um profissional ao ponto de anular sua identidade, essa relação está fadada ao fracasso.

Liderança importa? Sim, mas até que ponto? O líder pode inspirar, pode facilitar processos, mas não deve tolher a autonomia dos profissionais. Não é raro ouvir frases prontas como ‘deve delegar e não delargar’. Na prática isso significa o que? Que o líder tem responsabilidade sobre o que o subordinado entrega. Mas se ele delargar será uma incompetência muito difícil de ser detectada, uma vez que é cômodo jogar qualquer ônus nas costas do liderado.

Liderança e gestão: qual a diferença? Os gurus de gestão adoram criar dicotomias para vender livros e palestras. A verdade é que existem estilos diferentes de liderança e gestão, que variam de acordo com o contexto. Alguns são mais autoritários, outros mais participativos. Alguns querem ser cliente, outros são situacionais. O que importa é se o modelo escolhido está gerando valor e resultados dentro da ética.

2 – Não, nem todos têm que ser líderes

Na prática, não há muito espaço para a passividade no mercado de trabalho. Não se posicionar e não tomar decisões é um caminho certo para a irrelevância, não importa o degrau da hierarquia que você está. Crescer profissionalmente depende da capacidade de influenciar e gerar valor. Algumas posições podem permitir um caminho mais estático, mas contar com isso é um baita risco. Se você tem sorte, talvez consiga se aposentar nessa condição. Mas se perder o emprego, recomeçar será um belo desafio . Desenvolver autonomia e proatividade não é uma opção é uma necessidade.

Por outro lado, ser líder é um papel, não uma obrigação: nem todo mundo tem que liderar. Algumas pessoas preferem se aprofundar tecnicamente, outras se realizam sendo parte de uma engrenagem maior sem precisar tomar grandes decisões. E tudo bem seguir no que chamados de ‘Y da carreira’. O que devemos ter em mente é que a depender dos seus soft skills a vida pode te empurrar para posições assim. E, além disso, a verdade incômoda é que o mercado recompensa quem sabe liderar. Seja liderando uma equipe, um projeto ou a própria carreira, a capacidade de influenciar e direcionar é um diferencial.

3 – A Estratégia é quem manda. Mas quem manda na estratégia?

Se um líder é essencial para que a estratégia da empresa funcione, essa já nasceu errada. Estratégia precisa ser sólida o suficiente para sobreviver à troca de liderança. Mas mesmo a melhor estratégia do mundo falha se a cultura da empresa não for forte o suficiente para sustentá-la.

Líder para que? Diagrama que explica a correlação entre mercado, negócio (composto por cultura, estratégia e liderança) e software

E, por fim, o mercado é maior do que qualquer cultura empresarial. Nenhuma empresa está acima das forças econômicas e das mudanças de comportamento do consumidor. Empresas que entendem isso sobrevivem. As que não entendem se tornam irrelevantes.

4 – Seu gestor faz isso? ou, como ser um bom gestor?

Um bom gestor entende que seu papel vai além da supervisão. Ele investe no crescimento da equipe, oferecendo feedback contínuo e promovendo oportunidades de aprendizado. Seu foco está no desenvolvimento de talentos e na construção de um ambiente produtivo, que dê resultados visíveis. Além disso, a comunicação clara é uma habilidade essencial. Garantir que todos compreendam as metas, expectativas e impacto do trabalho é fundamental para o sucesso da equipe. Além disso, delegar tarefas de forma inteligente fortalece o time e aumenta a eficiência.

Ter uma visão estratégica também diferencia um gestor comum de um gestor excepcional. Ele não apenas administra tarefas diárias, mas também compreende tendências de mercado e objetivos de longo prazo da empresa, tomando decisões bem fundamentadas. Um bom gestor é acessível e empático, criando um ambiente de confiança e colaboração, para os liderados, superiores, stakeholders e afins. Ele sabe gerenciar conflitos com maturidade, encontrando soluções construtivas e mantendo o equilíbrio no time.

Ele também dá autonomia e incentiva a inovação. Permitir que a equipe tome decisões e experimente novas abordagens sem medo de errar cria um ambiente mais dinâmico e criativo. O foco nos resultados, e não na microgestão, é outra característica essencial. Controlar cada detalhe sufoca a equipe e reduz a produtividade. Em vez disso, um bom gestor confia no potencial do time.

A adaptação às mudanças é uma necessidade. O mercado e a tecnologia evoluem constantemente, e um bom gestor lidera sua equipe através dessas transformações. Por fim, o ele também inspira pelo exemplo. Sua ética, responsabilidade e competência técnica e de gestão são modelos para sua equipe. Ele não apenas exige comprometimento, mas demonstra isso em suas próprias ações.

Conclusão de Líder para que?

Se o seu gestor faz tudo isso, parte dos problemas que você enfrenta pode não ser culpa sua. No entanto, independentemente da gestão que você tenha, o mais importante é sempre buscar ser melhor do que as circunstâncias impõem. Aprenda, desenvolva suas habilidades e mantenha um olhar crítico sobre seu ambiente de trabalho. A realidade é que nem todas as empresas sabem valorizar talentos, e muitas vezes a melhor saída não é insistir, mas sim buscar novos horizontes.

Se for o caso, procure um emprego que esteja mais alinhado com seus valores ou até mesmo monte seu próprio negócio. O mercado muda rapidamente e se adaptar a ele é fundamental para não ficar para trás. Mais do que depender de um bom gestor, o maior trunfo que você pode ter é se tornar um profissional capaz de prosperar em qualquer ambiente.


Thiago Anselme
Thiago Anselme - Gerente de TI - Arquiteto de Soluções

Ele atua/atuou como Dev Full Stack C# .NET / Angular / Kubernetes e afins. Ele possui certificações Microsoft MCTS (6x), MCPD em Web, ITIL v3 e CKAD (Kubernetes) . Thiago é apaixonado por tecnologia, entusiasta de TI desde a infância bem como amante de aprendizado contínuo.

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