Vivenciar situações de dor e desconforto não é algo cobiçado, mas sentir prazer e satisfação é quase unânime. E é essa sensação de prazer que motiva alguém a comer uma sobremesa após o almoço. Ou até mesmo se sentir bem em ir à academia no domingo de manhã.
Isso ocorre por conta do chamado sistema de recompensa cerebral, que engloba regiões formadas por circuitos neuronais. Região onde são processadas informações relacionadas a sensações de prazer e satisfação.
É um sistema evolutivamente antigo, presente em diversas espécies, sobretudo em mamíferos; bem ilustrado em situações em que o animal precisava de motivações concretas para buscar alimento ou sexo. Essa são ações consideradas recompensadoras e que garantiriam a sobrevivência da espécie.
Estudos de referência
Estudos realizados com EEG e fMRI mostram que as áreas ativadas durante uma situação prazerosa compreendem o núcleo accumbens (NAc), área tegmental ventral (VTA). Essas são regiões relacionadas à produção de dopamina. Mas também se lidam com córtex pré frontal, relacionado à atenção e tomada de decisão.
O sistema de recompensa compreende também estruturas do sistema límbico, relacionado às emoções e experiências prévias do indivíduo. As principais áreas são: hipocampo, hipotálamo e amígdala.
Além disso, em situações prazerosas há ativação do giro do cíngulo, que é uma área capaz de gerar sensação de felicidade e aumento da atenção e como consequência, a ativação de memória.
O sistema de recompensa pode ser ativado naturalmente por meio de estímulos ambientais agradáveis, interação social, sexo, alimentos, música, experiências religiosas e espirituais.
O fato é que, esses tipos sentimentos de recompensa e pertencimento, podem ser também experimentados em estados de euforia induzidos por drogas e no uso de dispositivos eletrônicos, como os smartphones.
E em se tratando de alimentação, o que acontece quando você come o seu chocolate preferido é uma sensação de satisfação e felicidade (não é mesmo?). O seu cérebro registra que aquilo é algo agradável e prazeroso, considerando-o prontamente como sendo um comportamento memorável que deverá ser repetido em outro momento.
Comendo um chocolate
Como o seu cérebro já sabe que comer chocolate é algo agradável, as áreas do sistema de recompensa “pedem” para que você repita essa ação, especialmente a área tegmental ventral.
Quando a informação chega ao córtex pré-frontal, ocorre a modulação. É nessa região que a racionalidade assume a situação e ocorre a tomada de decisão para definir se você realmente deve comer a guloseima.
A partir disso, é iniciada a luta entre a razão (córtex pré-frontal) e pela emoção (sistema límbico, área tegmental ventral). Se a emoção ganhar o duelo, o comportamento prazeroso será repetido, posteriormente a via será fortalecida e se tornará potencialmente mais difícil de abdicar e resistir às sensações de prazer.
Se pensar em interromper o ciclo e parar de comer o doce, seu cérebro não vai imediatamente deixar de considerar o chocolate prazeroso, mas pode fazer descobertas de outros alimentos que também geram sensações de prazer proporcionais, gerando outras possibilidades de ativação do sistema de recompensa.
Assim, é notório que o prazer e a satisfação são derivados de ações/atividades e que se relacionam à relevância comportamental atribuída a elas. Há quem ache uma fruta mais prazerosa que um chocolate? Certamente! Tudo dependerá da relevância atribuída e da memória relacionada àquilo.
Esse post foi retirado de O Cérebro e seu Sistema de Recompensa (brainlatam.com)
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